26 novembro 2006

Wagner forma equipe “sem amarração” - Regionais farão sua parte

O líder do PT na Assembléia Legislativa, deputado Yulo Oiticica, não admite, e até repele a referência, mas está numa posição privilegiada para quem perdeu a eleição depois de dois mandatos. É que ele ficou na primeira suplência de sua coligação - e se não for chamado pelo governador eleito, Jaques Wagner, para um cargo no Executivo, poderá permanecer na Assembléia com a nomeação de algum deputado para o governo.

Indagado sobre a função que mais o agradaria, o parlamentar não desconversa: “Não tenho preferência. Sou um militante disciplinado e cumprirei a missão que me for atribuída”. A suplência, porém, não está nos planos, como ele demonstra nas contas: “Nossa coligação elegeu dez deputados do PT, três do PCdoB e um do PMN. É possível que pelo menos um deles seja levado para o governo”. Esse aspecto, naturalmente, reforça a preocupação do deputado Yulo com a formação do secretariado de Jaques Wagner, e ele mostra segurança ao abordar o tema. “O governador está numa situação muito confortável para montar sua equipe, porque ele ganhou a eleição no primeiro turno. Não teve aquela amarração sempre necessária quando se vai ao segundo turno”, argumentou.

Logo após a eleição, Wagner manifestou sua determinação de organizar o secretariado com a ajuda dos partidos que comeram “poeira” na campanha. Num segundo momento, conforme o líder, “foi a vez de cada partido se reunir com o governador para colocar, inclusive, nomes”.
Mas ele reitera a liberdade que o governador exercerá nessa engenharia: “Ele terá, é claro, sua cota pessoal, para secretarias que lhe serão mais próximas, como Fazenda, Governo e Planejamento. Mas a independência do governador é tão grande que ele poderá, por exemplo, pegar um quadro na universidade ou numa entidade profissional para ajudá-lo”.

É por ter essas certezas que o deputado descarta a ingerência da ministra Dilma Rousseff na formação do próximo governo, como chegou a ser divulgado. A ministra vem, sim, à Bahia, mas com outra finalidade, acompanhando o próprio Jaques Wagner, a seu convite, e ambos desembarcarão hoje em Salvador, após participarem da reunião do Diretório Nacional do PT, em São Paulo.

“Pela agenda oficial”, disse Yulo, “a ministra vem dar uma ajuda, uma arrumação na transição. Ela desconhece a questão política da Bahia, mas tem experiência na gestão administrativa”.

Para demonstrar o grau em que se realiza a transição, o deputado explicou que “todas as empresas, autarquias e secretaria” estão sob análise para conhecimento amplo do quadro que o novo governo encontrará em 1º de janeiro de 2007. Segundo ele, são mais de 20 equipes regionais levantando dados, elaborando diagnósticos e criando projetos de atuação “para quando for definido o secretário ou o titular de cada área”. (Por Luis Augusto Gomes) da Tribuna da Bahia

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